O que não se mede não se gerencia

Criatividade, inovação, pensar fora da caixa e diversas outras expressões que se ouve no mundo do empreendedorismo encantam muita gente. São conceitos excelentes que, além de nos desafiar criativamente e na busca de soluções podem resultar em processos muito divertidos.

Esse é o lado que muitos empreendedores querem viver e colocar todo seu potencial. E diversos “gurus” incentivam como se esse fosse o único lado a valorizar. No dia a dia, a realidade é um pouco diferente. Os conceitos logo acima citados dão todo o tempero e a diversificação ao negócio, desde que tenham objetivos e sejam medidos e gerenciados.

A frase que dá título a este artigo foi uma das que eu mais ouvi durante as minhas formações em Coaching: o que não se mede não se gerencia. E para se medir o que quer que seja é necessário registrar. Burocracia, na medida certa, além de necessária, é muito bem-vinda. Dá base para decisões estruturadas.

Do artesanato à multinacional

Qualquer empresa por menor que seja – até composta por uma pessoa só – precisa de processos e registros. Se a dona de casa que faz bolos para festa registrar e gerenciar dados simples como data de aniversário dos membros da família de seus clientes, idade, sabores preferidos quando, que tamanho e que tipo de bolo seus clientes compram. E também informações internas como o quanto ela tem de cada ingrediente em estoque e os preços praticados nas ultimas compras em cada fornecedor, além de economizar, vai vender mais e, provavelmente, lucrar mais com seus produtos.

Pode se tornar ainda mais produtiva - e aumentar o tempo com a família  se estabelecer rotinas: segunda-feira é dia de contar o estoque, fazer compras, por exemplo. Terça é dia de procurar e testar receitas novas. Certamente há imprevistos, o que não se pode é usá-los como desculpa para não se estabelecer rotinas.

O caso da confeiteira – uma atividade solitária e caseira – foi proposital para mostrar que de registro de dados e processos ninguém escapa para ter sucesso. É chato? Sim. Dá trabalho? Sim. Toma tempo? Não. Olhando de maneira mais ampla, economiza-se tempo no longo prazo e os pensamentos ficam mais organizados.

Até as artes têm processos e medidas

Há que diga que a organização de dados ajuda até o profissional a ser mais criativo.  Dá norte, finca os pés no chão.

Até nas artes podemos ver bons exemplos. Para um filme ser concebido ele tem um roteiro, que nada mais é do que o encadeamento das fases criativas. As cenas são gravadas separadamente, mas se não houver um processo bem definido, a história perde o sentido. Ainda no exemplo do filme, como as cenas são gravadas fora de sequência, todos seus detalhes precisam estar documentados – figurino utilizado, objetos de decoração, onde o diálogo parou, dentre outros elementos. Somente com esses elementos é possível fazer com que o espectador não perceba onde estão os cortes.  Em um grande estúdio você acredita mesmo que não há um mapa detalhado desses cenários e de onde estão guardados esses objetos?

Não tem jeito. Quem quer crescer não pode fugir da planilha ou dos processos. Até mesmo para saber o quanto está crescendo. Afinal o que não se mede não se gerencia.

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