Na noite de 25/02, o Fantástico divulgou uma reportagem de
17 minutos sobre a onda que vem crescendo nos últimos anos e deve varrer como
um tsunami as eleições deste ano, que são as fake news. São esquemas muito profissionais organizados para
difamar qualquer um que apareça no caminho. Engano acreditar que esse é um
problema que resvala somente na política.
A sua empresa por menor que seja ou até a sua carreira –
como pessoa física – também podem sofrer os efeitos dessa avalanche. O que a TV
mostrou foi o que poderíamos chamar dos grandes complexos, das multinacionais
das fake news fabricadas. Mas elas podem – em esquema bem
menos profissional aparecer em seu caminho. Um boato ou até uma reclamação mal
conduzida ou mal formulada sobre a sua empresa pode se tornar uma fake news, bem como o boato ou o “achismo”
de algum colega sobre a sua vida profissional sem que houvesse a intenção inicial
de produzir uma notícia falsa.
De onde elas surgem?
Os esquemas profissionais, que apareceram na TV tem origem
em empresas de estratégia e marketing que são contratadas pela concorrência para
denegrir o adversário. Isso acontece na política mas também tem um espaço
considerável entre as grandes empresas. Sim, é uma prática ilegal, por isso
ninguém assume que faz e, no caso de empresas de Comunicação, as que se prestam
a esse tipo de serviço o fazem inclusive em instalações especiais.
A reportagem já explorou bastante esse tema. O que eu quero
agora é trazê-lo para a sua vida, para a sua empresa. De uma maneira bem mais
amadora e sem grandes estratégias e até muitas vezes sem a intenção, muitos
boatos ganham corpo e por pouco não se tornam verdade no conteúdo imaginário. E,
às vezes, acabam ganhando corpo, porque a empresa não sabe se prevenir ou reage
mal a alguma situação.
As origens são diversas e, como já disse, nem sempre
propositais. Um consumidor que ao reclamar confundiu a sua empresa com uma de
nome e endereços parecidos pode dar origem a uma fake news sobre o seu negócio
e desencadear uma crise. Um ex-funcionário que coloca um post maldoso ou até
funcionários atuais que podem deixar alguma “brincadeira” vazar na
internet. Um desses exemplos aconteceu
em 2009 com uma rede de pizzarias nos Estados Unidos em que dois funcionários
gravaram simulações de práticas totalmente anti-higiênicas que supostamente
cometeriam em uma loja da rede.
Ambos foram denunciados e presos mas o estrago já estava
feito. O vídeo estava na internet e muita gente acreditou que a cena era
corriqueira na empresa. Em 24 horas, dois milhões de pessoas já haviam visto o
vídeo. Veja detalhes dessa história: https://goo.gl/Nb1L9j
Um dos casos mais emblemáticos foi da dona de casa Fabiane
Maria de Jesus, linchada e morta em 2014 após uma foto sua ter sido divulgada
acompanhada por um boato que ela utilizaria crianças em rituais de magia negra. Relembre o caso: https://goo.gl/2AQ3Wg
Como reagir?
Depende do caso, mas em todos é fundamental se prevenir. De
que maneira? Tanto empresas quanto pessoas – cuja vida profissional também
funciona como uma microempresa – nem sempre podem evitar mas podem minimizar
consideravelmente as consequências construindo a sua reputação. No caso da
empresas um trabalho de treinamento dos funcionários de todos os níveis também
faz parte desse processo.
Ainda há muitos que acreditam que construir reputação é
apenas não fazer nada errado ou é coisa de empresa grande. De jeito nenhum. Com
a popularização da mídia e o fácil acesso a construção de reputação é um trabalho
constante, planejado, com metas, estratégias e – principalmente – muita
coerência. Afinal ela depende de uma relação direta entre o que se diz e o que
se faz. E você? O quanto está preocupado em construir e solidificar a reputação
da sua empresa ou da sua carreira? Já fez seu mapa de risco e sabe onde estão
suas fragilidades e o que fazer para construir uma imagem sólida? Que tal começar
a pensar sobre o assunto?
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