Networking tem técnica – Parte 1

Uma das palavras mais em moda no mundo empresarial, networking virou sinônimo de tudo e de nada ao mesmo tempo. Todas as empresas – e profissionais em busca de oportunidades – estão conscientes de que precisam fazer – mas dificilmente sabem como fazer. As iniciativas pipocam por aí – e é bom que seja assim – mas os resultados efetivos nem sempre aparecem. Como o tema é longo será dividido em duas partes. 

Vamos primeiramente à definição. A tradução do inglês mostra que o termo significa rede de contatos. A simplicidade da palavra não necessariamente está ligada à simplicidade do processo. Pelo contrário. Networking é muito mais do que falar com quem está ao lado. Hoje se torna quase uma habilidade técnica. As oportunidades são muitas, mas poucas são bem aproveitadas. Há de simples encontros para café da manhã e jantares até redes mundialmente organizadas como BNI ou rodadas de negócios setoriais. 

As perguntas principais são: vocês sabe em quais redes deve se inserir? Sabe o que pode esperar de cada uma delas? Está realmente preparado para entrar na rede? Escolheu como vai medir resultados? Sabe esperar e persistir? 

O primeiro ponto a resolver é interno. Você tem um negócio e precisa de clientes. Isso é fato. Vai a eventos para divulgá-lo. De todos os seus produtos ou serviços, em qual você vai focar hoje? Sair por aí oferecendo tudo para todos os públicos é dar um tiro no pé. É dizer por favor compre algo meu pois estou desesperado. Vendo tanta coisa porque não sou especialista em nada. 

Você se veste e se porta de acordo com o seu negócio? Isso é fundamental em qualquer ação de relacionamento. Em processos de networking você é o reflexo do seu produto ou serviço. Então de nada adianta ser dona de um centro de estética ou de uma academia de ginástica sem que seu corpo demonstre isso, por exemplo. 

Timidez pode até ter um certo charme mas não nesse momento. Networking reativa não existe. Não importa a ocasião, você vai ter de tomar a iniciativa. Só não vale sair por aí falando com o primeiro que aparecer. Antes de iniciar uma conversa, observe. 

Objetividade acima de tudo. Em locais cujo propósito explícito é o networking, não é preciso enrolar. As pessoas sabem por que vocês está lá. Diferentemente de quando você vai a um evento qualquer e tem a iniciativa solitária de fazer contatos. Nesse segundo caso a sutileza é fundamental. 

Ainda sobre objetividade: você consegue apresentar sua empresa, um produto ou usar uma estratégia de convencimento em 60 segundos? Se ainda não, pratique seja na frente do espelho, para a família ou falando com o cachorro. É o máximo de tempo que você tem para despertar interesse sobre a sua empresa. Mais que isso só se a conversa engrenar. 

Uma falha comum é o empresário buscar networking apenas quando a empresa não está bem economicamente. São vários equívocos. Primeiramente porque bom networking precisa de investimento, seja em eventos, em transporte e em estar bem apresentável. Networking dificilmente tem resultado imediato. Isso porque você não está conversando com alguém que quer comprar o seu produto. Seu interlocutor é provavelmente alguém que mal conhece a sua empresa e, pelo menos nesse momento, não saiu de casa para comprar o que você vende. 

Networking requer paciência, pois os resultados vêm no longo prazo. Daí o erro de buscar a estratégia apenas quando se precisa de dinheiro imediato. Com uma networking bem feita, quando os momentos de fragilidade aparecem há fortes indícios que quem vai “salvar” o momento são aqueles contatos feitos lá atrás e que agora estão repercutindo. Até mesmo porque, eles foram iniciados e não foram esquecidos: um dos segredos da networking é a continuidade. 

Continuidade essa que não é uma oferta contínua de produtos e serviços, mas um contato eventual para dividir interesses ou trocar ideias. Na próxima quinzena vamos falar dos formatos de networking e da eficácia de cada um.

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