Conhecimento X Autoestima

Quantas e quantas vezes ouvimos a mesma história: um profissional que tem diversos cursos nas melhores universidades ou o pequeno empresário que tem uma excelente ideia, mas não sai do lugar. E aquele que tem lá suas limitações e vem de uma escola cuja qualidade do ensino deixa a desejar é escolhido para a promoção ou sua empresa se expande mais rapidamente.

Injustiça? Corrupção? Bajulação? Feitiço? Nada disso. Apesar de menos qualificados, esses profissionais têm em comum uma forte dose de autoestima. Certamente não é o único elemento responsável pela conquista, mas é por boa parte dela. Por mais que muitos não gostem desta afirmativa, entre aprendizado e autoestima, na hora de chegar lá, esta última costuma contar mais.

Isso porque, quem tem conhecimento mas falta-lhe a estima, dificilmente toma a iniciativa. E quando toma quase sempre se perde no meio do caminho ou “trava as pernas” logo após os primeiros passos.

Quando a estima não acompanha 

Quem tem muito conhecimento em qualquer área sabe que ainda há muito a aprender. E se a estima não acompanha, a voz fica trêmula, embargada, o olhar não se sustenta diante do interlocutor, e com isso a razão se perde, e os argumentos, por melhores que sejam, parecem frágeis, perdidos, sem lá tanta consistência. Não passa credibilidade.

Já quem acredita em si, que está oferecendo algo interessante para o seu interlocutor – mesmo que esse interessante seja a sua força de trabalho – não tem vergonha de enfatizar qualidades, não tem medo de fazer papel ridículo, não acha feio vender seu peixe porque realmente acredita que é o mais gostoso dentre os que estão sendo oferecidos.

Muitos bons profissionais carecem de autoestima. E a perdem cada vez mais, pois sabem que estudaram nas melhores escolas e que acumulam bem mais conhecimento que seus concorrentes, mas são preteridos nas escolhas. A cada não que ouvem, por não terem se colocado bem justamente pela insegurança, a relação com a falta de autoestima e o fracasso aumentam. A falta de fé em si, por não se achar merecedor, por ter crenças limitantes sobre o sucesso ou o dinheiro, por ter fantasmas de infância que o impedem de agir e até por não estar bem com o próprio corpo, parecem diluir a consistência daquele discurso construído após tanta pesquisa, conhecimento e reflexão.

Já quem tem autoestima e acredita naquilo que vende – seja uma ideia, uma candidatura a emprego, um produto ou um serviço – tem postura firme, se coloca com ênfase – às vezes até demais – demonstra força e fé no que oferece, mesmo que o produto ou serviço não sejam lá muito bons. Mesmo que as palavras às vezes se percam em relação ao conteúdo, elas têm tanta força na forma, acompanhadas por gestos e posturas corporais de quem realmente acredita naquele contexto, que o conteúdo nem tão completo acaba sendo esquecido.

São pessoas que gostam de si mesmas, acreditam que merecem vencer e vendem – seja a si mesmo ou um produto ou serviço – com a real crença que farão bem para quem o comprar. Essa energia enviada reflete no cliente ou no chefe – contribuindo para um olhar positivo seja para aquele profissional, seja para o que ele vende.

Por isso, o ideal é, paralelamente a entrar de cabeça nos livros, entrar de cabeça dentro de si e descobrir ou reafirmar seu universo interno e o quanto ele, aliado a um conhecimento de ponta pode significar no crescimento profissional. E pessoal, afinal ambos andam juntos.
E você, como anda a sua autoestima?

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